domingo, 15 de abril de 2012

Sawabona! Sikhona!




Como costumo trabalhar com Mapas conceituais, em sala de aula, optei por organizar a informação desses seminários dessa forma

Seminários 4, 5 e 6







Trabalho Transdisciplinar de Ivone Gonçalves


sábado, 7 de abril de 2012

Quarta tentativa


Seminário IV  A arte de viver consciente
Elizabete Richard

Seminário V  O feminino e a cura
Eliezer Berenstein






Não te prendas a nada que com o tempo venha a te destruir. George Ivanovitch Gurdjieff (1866-1949)

Para os indígenas andinos, o deus Wiracocha, “hacedor del mundo” (INCHAUSTE, 1999 p.23), foi o criador das montanhas, do mar, do céu, da lua, do sol, da terra e dos primeiros homens. Esculpiu-os em pedra de tamanho descomunal e os pintou; mas eles eram maiores que o deus e isso não era bom. Então, os desfez e os esculpiu do seu tamanho. Foi assim que os fez a sua imagem e semelhança. Mas entre eles se disseminou o vicio, a soberba e a cobiça, o que provocou a fúria de Wiracocha e ele zangou-se, castigando-os. Alguns foram convertidos em pedra; outros, a terra engoliu e, finalmente, o “hacedor del mundo” mandou um dilúvio à Terra. Todos os homens se afogaram e se destruiu tudo o que fora criado. Passado um tempo, Wiracocha retornou e determinou povoar a Terra pela segunda vez e aperfeiçoar a sua criação. Criou novos homens feitos do pó da terra. “A cada uno le dio un espíritu y le pintó el vestido que debía usar.” (INCHAUSTE, 1999 p.27). Reuniu-os em nações e lhes deu a língua com a qual deviam falar, os cantos que deviam entoar; além da comida, as sementes para cultivar e alimentar-se. Observamos que, no mito indígena, houve três tentativas para aperfeiçoar o ser humano. A primeira foi destruída porque os homens eram maiores do que o deus Wiracocha; a segunda, eles foram vulneráveis aos vícios e punidos com o desaparecimento. Após algum tempo, foram criados pela terceira vez; dessa vez, tinham um espírito e, ao longo da sua existência, compuseram-se de deficiências e antideficiências.
A logosofia caracteriza o ser humano por deter deficiências e antideficiências, que coexistem. Alguns exemplos de pensamento-deficiência são: a soberba, a rigidez, a indiferença, a teimosia e outros. Como exemplo de correspondência pensamento-antideficiência, cita a humildade, a flexibilidade, o interesse, a docilidade etc. Para Pecotche (1976), as deficiências são o pensamento negativo que, enquistado na mente, exerce forte pressão sobre a vontade do indivíduo, sendo denominado de pensamento-deficiência. Esta é a causa “determinante da incapacidade e impotência dos esforços humanos à procura do despertar consciente nas altas esferas do espírito” (PECOTCHE, 1976 p.11). Por outro lado, o pensamento que se opõe à deficiência é a antideficiência. É uma espécie de “pensamento-polícia que deve ser instituído na mente com o objetivo de vigiar, repreender e paralisar, temporariamente ou definitivamente, o pensamento-deficiência”. (PECOTCHE, 1976 p.21)

Mercê de seu influxo, a vontade se fortifica e opera sobre a inteligência, instando-a a movimentos mentais tendentes a anular o despotismo que o pensamento-deficiência exerce sobre os mecanismos mental, sensível e espiritual do homem. (PECOTCHE, 1976 p.20)

Após expressar como opera o pensamento-antideficiência frente ao pensamento-deficiência, o autor explica que ativar o pensamento-polícia depende unicamente do individuo. Para isso, conta sobre um fazendeiro de outras épocas, cujas terras foram invadidas por feras, as quais, após assolarem seus campos, ávidas de sangue, se lançam contra sua vivenda com o objetivo de devorá-lo. Suponham que alguém tivesse feito chegar ao fazendeiro armas de fogo para a defesa de sua vida, armas que jamais tinha visto e cujo uso, em conseqüência, desconhece. O que fará o fazendeiro para defender-se das feras com as armas de fogo se não sabe empregá-las? As armas simbolizam os conhecimentos internos que residem no âmago do ser humano e, uma vez acessado por ele mesmo, estará preparado para exterminar as feras e “livrar a propriedade mental de todo ente maligno.” (PECOTCHE, 1976 p.23)
Porém o ser humano não saberá defender-se se ignorar que é portador de pensamento-deficiência “[...] seu possuidor, em geral, permanece alheio a isso”. (PECOTCHE, 1976 p.19) Não consentir os pensamentos-deficiência impede o desenvolvimento das possibilidades mentais e espirituais de todo ser humano com vistas ao aperfeiçoamento humano. O processo de evolução humana se dá mediante o conhecimento do pensamento deficiente e da predisposição em neutralizá-lo, caso contrario “[...] as deficiências serão sempre deficiências enquanto o homem nada fizer por extirpá-las.” (PECOTCHE, 1976 p.24) Por outro lado, “é preferível conhecer que inimigos temos dentro, para combatê-los com lucidez mental, a ignorá-los, [...]”, (PECOTCHE, 1976 p.15). Para combater com lucidez mental, deve-se perceber o próprio mundo interno e fincar-se no singular e integral labor interno do auto-conhecimento que assinala uma ação irrenunciável do processo de evolução consciente “[...] e já se sabe com quanto viço, frescor e força revive a árvore depois que lhe podamos os galhos inúteis, livrando-a das pragas que a estiolam”. (PECOTCHE, 1976 p.15).
Durante o seminário IV A arte de viver consciente, praticamos na meditação Quem é você a poda daqueles galhos inúteis, porém não foi suficiente porque no seminário V sobre o feminino e a cura, afloraram pensamentos-deficiência por parte dos aprendizes, como do facilitador, contexto que serviu para perceber a dificuldade do ser humano em enfrentar ações, atitudes, sentimentos, emoções e experiências que não convergem com as suas. Revelou-se a inaptidão que há em acolher a pluralidade existente, ou seja, ouvir, ver, sentir e viver o que é díspar ao entorno, a incapacidade de congraçar o outro, a inabilidade em impregnar-se do outro. Diante das reações dos participantes e do facilitador durante o seminário, constatamos o entorpecimento que a matriz newtoniano-cartesiana exerce nos humanos. Essa constatação ressoou no movimento de decomposição e composição, quer dizer, detectar dentro de si a indumentária dos pensamentos-deficiência e então desvestir-se deles para lograr um novo estado de consciência. “Viver consciente implica em conhecer o mapa da evolução do ser humano.” (WEIL, 2004 p.55). Quiçá o “hacedor del mundo” esteja sussurrando a chegada da quarta tentativa, ou seja, da era impregnada de uma nova consciência, e que para fazer parte dela é imprescindível livrar-se das feras.


Referências
CAMARGO, Lucila. Diálogos evolutivos: uma proposta de novo olhar sobre velhos paradigmas. 2011. Unipaz- SP.
INCHAUSTE, Isabel Mesa de. El espejo de los sueños. La paz, Bolivia: Alfaguara Juvenil, 1999.
PECOTCHE, Carlos Bernardo Gonzáles. Deficiências e propensões do ser humano. 2. ed. São Paulo: Logosófica, 1976.
TAUNAY, Daniel. Ciência e espiritualidade. 2011. Unipaz- SP.
TAVARES, Clotilde. Iniciação a visão holística. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2000.
WEIL, Pierre. A arte de viver a vida. 2. ed. Brasília: Letrativa editorial, 2004.


Trabalho transdisciplinar Marcia Eliane

“Avá”


Seminário V O feminino e a cura
Eliezer Berenstein

Seminário VI Tradição ancestral brasileira
Kaká Werá Jecupé


“Avá”


Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará. Pele Vermelha Seattle (1856)

Nos seminários O feminino e a cura e Tradição ancestral brasileira, os facilitadores Eliezer, de origem judia, e Kaká, de origem indígena, possuem algo em comum: eles são curadores. O primeiro esboçou o funcionamento da medicina dentro da matriz newtoniano-cartesiano, e Kaká, por sua vez, evidenciou a prática da cura dentro de concepções holísticas.
Eliezer explicou a atividade da medicina na matriz, a partir dos temas da formação acadêmica do aluno de medicina, “[...] jovens graduados aprenderam muito mais a respeito do mecanismo da doença, [...] eles são excessivamente “científicos” e não sabem cuidar dos pacientes.” (LESHAN, 1994 p.121), da relação entre médico e paciente, “[...] uma relação de poder, autoritária, onde se exige a submissão do doente [...]” (TAVARES, 2000 p.89) e do processo saúde-doença “[...] doença como uma “coisa” e não como parte de um processo vital global.” (LESHAN, 1994 p.118) Para Biase (2010), o contexto descrito atende as características do paradigma newtoniano-cartesiano,

analisa as doenças através de uma óptica essencialmente dualista, mecanicista e reducionista, separando mente e corpo, e encarando o homem como uma máquina que só pode ser compreendida desvendando-se os processos bioquímico-moleculares.(BIASE, 2010 p.77)

É fato que a visão da medicina atual diante dos seres humanos “é a mesma dos mecânicos com relação às máquinas.” (LESHAN, 1994 p.127). Acrescenta Tavares (2000) que a prática médica ocidental concebe o corpo humano como um mecanismo que funciona como uma máquina; compreende a doença como avaria e a saúde como o funcionamento perfeito dessa máquina, que compete ao médico consertá-la. Diante disso, deprende-se que nenhum “[...] sistema do corpo [...] está livre da ameaça de não poder funcionar bem sozinho ou recuperar-se sem ajuda caso venha a sofrer um distúrbio”. (LESHAN, 1994 p.115) Esquecera-se por completo de que o ser humano possui “[...] dentro de si processos restauradores de cura inerentemente naturais [...]”. (LESHAN, 1994 p.140) Ressalta que a “[...] abordagem cartesiana e mecanicista de nossa medicina científica falha, ao não incluir o homem em uma concepção mais abrangente, sistemática e ecológica, capaz de integrá-lo ao meio biopsicossocial” (BIASE, 2010 p.77). Na matriz perdeu-se “de vista a totalidade do ser humano e o funcionamento do organismo como um sistema vivo cujos componentes são interligados e interdependentes” (TAVARES, 2000 p.86) e, por sua vez, fazem parte de organismos maiores que o afetam, mas que podem ser também, modificados por eles. Considerar o homem numa concepção mais abrangente, para Tavares (2000), modifica as questões relacionadas ao processo saúde-doença. Assim como também “das relações sociais e econômicas que se dão no contexto da sociedade”. (TAVARES, 2000 p.89). A cura “não é possível sem uma expansão da consciência”. (DETHLEFSEN; DAHLKE, 2007 p.19)
Leshan (1994) aponta três princípios básicos da medicina holística: a totalidade, (quer dizer o ser humano é parte integrante do universo e inseparável); a unidade da pessoa, (ou seja, o sujeito compreendido a partir de todos os níveis físico, mental, emocional e espiritual), e a qualidade única de cada pessoa, (isto é, há um caminho diferente e único para cada individuo). Acrescenta que nenhum desses princípios pode ser validamente reduzido à nenhum outro. Para Tavares (2000), o indivíduo traz dentro de si esses preceitos e, segundo Leshan (1994), eles estimularão a capacidade do sanar no ser humano. O estado de saúde dentro da visão holística “pode ser definido como um estado de harmonia entre o corpo, a mente e o ambiente.” (TAVARES, 2000 p.89)
Adepto da saúde holística, Kaká Werá acrescenta “[...] nós somos multidimensionais e, que embora cada um de nós seja uma unidade, temos várias inteligências interagindo conosco [...].” (WERÁ s/d) Ele demonstrou que o ser humano possui instrumentos de cura interna. O sanar está na conexão entre o homem e a natureza, e nessa relação consta a sabedoria dos antepassados. Na mitologia Tupy, o ser humano é concebido como um som que se pôs de pé. Trata-se de identificar o ser humano, não pelo aspecto físico, mas pela sua essência vibratória, que se manifesta como consciência, de onde são emanadas as palavras e os intentos que se expressam através do sentimento e das suas respectivas ações. Então o ser humano é detentor de uma dimensão ecológica e espiritual que suporta o aspecto físico e psíquico; porém ele “[...] esqueceu que, entre nós e a natureza, existe uma intimidade tão profunda e antiga, que se une com a origem da vida.” (WERÁ s/d).
Na tradição Tupy, o ser humano é oriundo da mãe terra; explica que os quatro seres alados da natureza: Karai, Yacy, Tupancy, Jakairá, que são como deuses, teceram o primeiro ser humano e o espírito da terra, pois os seres alados são originários do espírito da Mãe Terra. Na ancestralidade Inca a cura acontecia quando se pedia ao corpo enfermo que se harmonizasse com a Pachamama, ou seja, com a mãe terra. Era nela que se encontrava a cura. Para Werá (s/d) a Mãe Terra é venerada nas culturas de matriz ancestral, pois ela traz a luz à forma através do espírito do fogo, o espírito da água, o espírito da terra e o espírito do ar que são regidos pelo coração da terra. “[...] a Terra é a manifestação física do divino, a manifestação física de Deus, e é a face feminina de Deus. [...], Deus se realiza através dela.” (WERÁ s/d). Unir-se à natureza de maneira celebrativa e ou ritualística, invocando ancestrais divinos promove a harmonização, quer dizer, a cura do ser humano em todas as suas dimensões física, mental, emocional e espiritual.
Os pássaros, [...], conseguem livrar-se com bastante êxito dos insetos parasitas, cobrindo-se de poeira.” (LESHAN 1994, p.119) É sabido que esse procedimento atua, obstruindo os poros respiratórios dos insetos, fazendo com estes abandonem o corpo das aves. As ferramentas para sarar acionada pelos pássaros também habita no ser humano. Verificamos que a cura, como um instrumento de sabedoria interna e inerente ao ser humano foi exilada do modelo newtoniano-cartesiano. Porém, dentro das concepções da medicina holística o sanar consta na manifestação do “avá”, que significa, em Tupy, ser humano integrado.


Referências

BIASI, Francisco di. O homem holístico: a unidade mente-natureza. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
BOFF, Leonardo. O despertar da águia: o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade. 20. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
DETHLEFSEN Thorwald; DAHLKE Rudiger. A doença como caminho: uma nova visão da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. Tradução Zilda Hutchinson Schild. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 2007.
KIPERNSAIN Paloma. Agosto: Mes de la Pachamama Disponível em: < http://blogs.educared.org/pescandoideas/2007/08/18/agosto-mes-de-la-pachamama/ > Acesso em: 29 de ago. de 2011.
LESHAN, Lawrence. Meditação e conquista da saúde. São Paulo, Editora Pensamento, 1994.
RAUNÍCEAU, Jocelyne. Nuestros ancestros y las diferentes inteligencias del cuerpo humano. Disponível em: < http://www.slideshare.net/carlitos rangel/presentations > < http://hooponopoenvenezuela.wordspress. > Acesso em: 31 de ago. de 2011.
TAVARES, Clotilde. Iniciação a visão holística. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2000.
WASHINGTON, Araújo. Estamos desparecendo da terra. A visão Bahá í sobre o destino glorioso dos povos indígenas da América – 1492/1992. 1 ed. Campinas, SP Editora Bahá í do Brasil, 1991.
WERÁ, Kaká. A árvore da ancestralidade. Ecomedicina Tupy. s/d.


Trabalho Transdisciplinar  Marcia Eliane


segunda-feira, 2 de abril de 2012

III Festival Mundial da Paz - 6 a 9 de setembro de 2012


III Festival Mundial da Paz - 6 a 9 de setembro de 2012
O QUE É ?
O III Festival Mundial da Paz é um evento global, sistêmico, multicultural, descentralizado e integrador.
É realizado por voluntários que compartilham gratuitamente suas experiências e saberes em prol da causa da paz.
Ocorre a cada 3 anos visando a promoção, a partilha e a vivência de valores e experiência de cultura de paz entre diversos agentes, instituições e indivíduos dedicados ao desenvolvimento  e difusão desta causa.
É promovido pela Rede UNIPAZ e mais de duas centenas de entidades parceiras, tais como, organizações governamentais e não governamentais,  entidades de classe,  grupos e congregações religiosas, segmento acadêmico, clubes e redes de serviços, entidades promotoras de cultura de paz, defesa de direitos humanos, ecologia e educação, entre outras.
Em sua terceira edição pretende reunir cerca de 200.000 participantes e contar com manifestações de paz em todas as nações do planeta.
É gratuito e sem fins lucrativos.
POR QUÊ?
Vivemos tempos de grandes contradições. De um lado temos a rede mundial de computadores que proporciona acesso a qualquer ponto do planeta, permitindo conexões e interações instantâneas. De outro lado a discriminação, o preconceito, a intolerância geram o caldo da violência que afasta, divide, atemoriza e conflita a humanidade.
Essa contradição precisa transformar-se em coerência.  O III Festival Mundial da Paz se propõe a agregar contribuições de redes e indivíduos interessados e disponíveis para a construção de um novo modelo de mundo . O chamado que inspira e transpira a nova realidade é “Manifeste sua Paz”.
PARA QUÊ?
Mudar o mundo é, verdadeiramente, mudar o olhar!
 O desafio humano, neste momento, é um convite à reflexão e escolha: em que mundo se deseja viver? Com que olhar?
É preciso compreender que a mudança do mundo começa com a transformação da visão sobre o que é prioritário e relevante.
Para isso, é preciso vencer os desafios e obstáculos que a cultura do conflito tem imposto e cultivar ações com o exercício da cultura de paz que prevê a inclusão, a cooperação, a solidariedade, a partilha, a tolerância, o fomento à diversidade e a aceitação plena de toda experiência como uma só e mesma jornada para todos os seres.
A UNIPAZ, como entidade de educação para a paz, tem como dever e responsabilidade o cuidado integral do planeta e da manutenção das condições de vida para as gerações futuras.
Por isso convida a população a participar do III Festival Mundial da Paz, dividindo a honra e privilégio de contribuir para transformar os modelos mentais e construir novas possibilidades pessoais, de convívio social e preservação e sustentabilidade planetária.
OBJETIVO GERAL
Cultivar a Cultura de Paz
                Objetivos Específicos:
ü      Integrar as redes de Cultura de Paz para fortalecimento do movimento.
ü      Promover um evento multicultural e descentralizado, construído coletivamente que possibilite ao público alvo uma experiência concreta.
ü      Proporcionar atividades que inspirem um despertar coletivo de consciência de paz no âmbito individual, social e ambiental.
ü      Estimular manifestações de paz simultâneas em outras cidades do país e do mundo, visando a construção de um teia global de consciência de paz.
PARA QUEM?
Voluntários  de qualquer parte do planeta, que de maneira voluntária, desejem compartilhar gratuitamente suas experiências e saberes através de atividades lúdicas, científicas, filosóficas, práticas, curativas e artísticas.
Adultos, jovens e  crianças de todas as comunidades onde os eventos do Festival acontecem.
PROGRAMAÇÃO
A programação das atividades contempla as Artes, a Ciência, a Filosofia e as Tradições com:
ü      Caminhada da Chama da Paz;
ü      Momentos de conexão com danças circulares, jogos cooperativos, meditação, etc;
ü      Palestras com Jean Yves Leloup, Roberto Crema, Sri Sri Sri Ravi Shankar, Prem Rawat (a confirmar), etc;
ü      World cafés com temas de desenvolvimento sustentável, biodiversidade, comunicação não violenta, justiça restaurativa, cooperação, empresas sustentáveis,lideranças baseadas em valores humanos, saúde, etc;
ü      Fóruns com os povos originários, encontros interreligiosos, entidades de valores humanos, educação para a paz, etc.
ü      Oficinas e vivências integrativas com foco em saúde, alimentação, educação, meio ambiente, valores humanos, bandeiras da paz, contação de histórias, etc;
ü      Terapias integrativas tais como: naturologia, reflexologia, massagens corporais, energéticas, arterapia, etc;
ü      Feira de quem faz a paz com projetos sociais transformadores de realiades;
ü      Apresentações e shows de artes criativas, musicas, etc.
QUEM FAZ?
A Rede Unipaz em parceria com entidades co-realizadoras. Tem como anfitriã a Unipaz de São Paulo, sob coordenação geral da presidente da UNIPAZ e também Coordenadora Geral do Festival Nelma da Silva Sá.



Contatos:

Coordenação Geral
Nelma da Silva Sá
Cel: (11) 9812-4740

Logística
Angel Pereira
Cel.: (11) 9549-5789

Temática
Dulce Magalhães
Cel.: (48) 9983-3264


COMUNICAÇÃO
Lucila Camargo
Cel.: (11) 9103-1929

ADMINISTRAÇÃO
Hélyda de Oliveira
Cel.: (62) 7813-2463

UNIPAZ SP
Uilson Silva
Tel.: (11) 5083-4378

 WWW.festivalmundialdapaz.org.br (site em construção)
* Anexos: 1. A Música “A PAZ
EM VOCÊ”; 2. Especificações Técnicas Necessárias para a gravação; 3. Instrumento particular de cessão de direitos de autor (autorais e conexos) e de autorização de uso de imagem e voz.

 



Trabalho transdisciplinar de Mary


a) A ARTE DE VIVER CONSCIENTE. Elizabeth Richard. Junho/2011
b) O FEMININO E A CURA. Dr. Eliezer Berenstein. Julho/ 2011
c) TRADIÇÃO SAGRADA ANCESTRAL BRASILEIRA. Kaká Werá. Agosto/2011        


            Ao tomar nota da frase dita por Eliezer “A maioria dos problemas ginecológicos tem suas raízes nas dificuldades que o mundo moderno oferece  à existência humana feminina”, um estranhamento percorre meu corpo, como se procurasse meu âmago e uma resposta àquela frase tão contundente. Sinto um misto de deslocamento, indignação e perplexidade, como se minha existência fosse questionada pelo mundo e por mim mesma. Durante todo o seminário este conflito interno se manifesta, provocando interrogações e questionamentos, “motins”, batalhas e por fim, bandeiras brancas hasteadas. Imagens de uma passeata na Paulista, onde mulheres de todos os lugares levavam cartazes com diferentes bandeiras políticas me vêm à mente, e eu, empunhando um cartaz “Fora Bush!!” , me vejo perdida em meio ao spray de pimenta,   à correria e ao pânico ... Será que eu tinha consciência então deste “feminino” sobre o qual ouço agora? 
Confesso que este seminário em especial provocou em mim várias sensações e sentimentos, e principalmente, o terrível incômodo de me olhar em frente a um espelho e de me questionar “O que você está fazendo consigo própria?”. Há tempos atrás esta questão nada mais era do que uma questão de sobrevivência, ou seja, como diz a canção “Peace on Earth”, da banda irlandesa U2, “... e você se transforma num monstro para que o monstro não o destrua”. Entretanto, uma “correção no percurso”, ao percebermos as conseqüências de nossas decisões, é sempre bem-vinda.  
A imagem da ciranda feita pela Cris, Verinha e Luciano, orquestrada pela Laura, na aula da Betinha, fazendo uma alusão ao equilíbrio entre o boi (instinto), o leão (emoção) e a águia (razão), espoca em minha mente como um flash e me pergunto se este equilíbrio é realmente possível... E junto a isso tudo, ouço a música “Forbidden Colors”, do filme “Furyo – em nome da honra”, com David Bowie e Riyuchi Sakamoto, música esta escolhida pela Betinha para trabalhar o conceito da Serpente, aquela que “dirige toda a cena” e me desconcentro totalmente, pois esta música marcou todo o meu período da faculdade, repleto de amizades, descobertas, libertações e construções de sonhos para o futuro. Que coincidência, ou melhor, sincronicidade: momentos tão importantes, iniciáticos em minha vida, que são pontuados por uma mesma canção.
É claro que com tantos estímulos advindos destes seminários, começo a me lembrar e a reavaliar e refletir sobre conceitos tão presentes em mim já há tempos e a reviver emoções muito bem guardadas em mim.  Lembro-me de um sonho que tive, há muitos anos, em que estava numa sala de aula, muito enfadonha e da qual estava louca para sair. Então, o professor disse que daria início a uma aula sobre “geografia submarina”, sobre a qual pensei “Pode ser interessante”. Imediatamente após este pensamento, a sala de aula se transformou num grande cinema 360°, com imagens belíssimas do fundo-do-mar, cardumes de peixes coloridos e brilhantes, corais, algas, enfim, um mundo que eu não conhecia. Fiquei extasiada, literalmente, por estas imagens, as quais passeavam por toda sala, como se fossem holográficas. Fui tomada por um sentimento de alegria, quase êxtase mesmo, e continuei a observar todos os detalhes. De repente, as imagens começaram a diminuir, pouco a pouco, mas a riqueza dos detalhes continuava, mesmo porque eu os havia vivenciado e sabia que eles estavam todos ali. As imagens foram diminuindo, diminuindo, diminuindo, até ficarem todas concentradas num aquário pequeníssimo e redondo, colocado aos nossos pés. Lá estávamos todos nós, os alunos, olhando para os nossos próprios pés, como índios abraçados num círculo, cabeça a cabeça, mirando o centro dele e bem no meio dele um pequenino aquário também circular, com uma vida marinha rica, variada, bela e tão detalhada que eu me perdia em meio a ela. Levantei os olhos para cima e pensei “Então é isso: o macro é o micro e o micro é o macro. Se pudéssemos compreender isto, não nos mataríamos e nem mataríamos a natureza.” Despertei, abri meus olhos e chorei por uns dez minutos, um choro de emoção, compreensão e alegria. Foi um momento de cura marcante em minha vida, uma das várias pelas quais venho passando e pelas quais nutro uma profunda gratidão. É impressionante como somente o recordar desta experiência me traz para o momento, o aqui e agora, de forma incontestável, é como se uma pequena luz se acendesse e me iluminasse por inteira lembrando-me do que realmente importa, daquilo que realmente faz sentido e é verdadeiro dentro de mim.
Quando Kaká menciona “o guerreiro de seu interior” e os dez passos para configurarmos nossa mitologia, pressinto uma cura interior sendo trabalhada conjuntamente com a Natureza, um processo de reaprendizagem e retorno a mim mesma e à sabedoria da Mãe Natureza e do Cosmos. Como diz a personagem Tsahik, a Mãe da Tribo Omaticaya no filme “Avatar”, a Jake Sully, soldado humano que tem ordens de se infiltrar na tribo, conhecer os hábitos e aprender sobre os pontos fracos da mesma e, assim, dominá-la: “Aprenda bem, Jake Sully, e então veremos se sua insanidade pode ser curada”, diz ela, na esperança de que, assim como Jake deseja aprender sobre a tribo no intuito de dominá-la, o próprio conhecimento possa transformá-lo e trazê-lo de volta à sanidade.  Sim, uma alegoria à nossa própria sociedade, cuja  “insanidade”  nos entorpece, cega e ensurdece. Somos anestesiados pelo que vemos,  respiramos, bebemos, sentimos ao nosso redor e, muitas vezes, em nosso interior, pelo que vendemos e compramos todos os dias. Felizmente,  parece que, pouco a pouco, tudo isto começar a se transformar, com a ajuda de conhecimento antigo e ciência de vanguarda, terapias complementares, Natureza, disciplina e paciência.
De forma interessante, a própria ciência de vanguarda parece beber em fontes antigas e revisitar um conhecimento há muito esquecido. Grande parte do que Kaká explica nos parece extraordinariamente atual, tudo o que a ancestralidade indígena Tupy já conhecia naquela época  parece chegar a nós também através da Física Quântica. Tudo nos parece tão antigo, e ao mesmo tempo tão familiar  e contemporâneo, como se passado, presente e futuro fossem simplesmente a mesma coisa, o mesmo momentum, como se cada um/a de nós fosse um microcosmo, um universo perfeito, como se cada pedacinho fosse um sistema tão perfeito quanto o próprio Cosmos.
Desta forma, a ciência de vanguarda e o conhecimento antigo nos auxiliam para que compreendamos nosso corpo e assim tenhamos mais consciência dos processos que nos acontecem, e, conseqüentemente, tenhamos mais alternativas em nossas vidas e nossos destinos, nos abrem um maravilhoso leque de perspectivas para que possamos lidar tanto com situações harmoniosas como as desfavoráveis com mais equilíbrio e consciência. Numa das tantas frases inspiradoras ditas por cientistas e líderes espirituais no filme “Quem somos nós”, ressalta  esta : “ Você é assim hoje, toma as decisões que toma, porque ninguém lhe ensinou a fazer de outra forma, ninguém lhe mostrou outras possibilidades.” Felizmente, e finalmente, estas possibilidades estão à nossa frente, sendo anunciadas e ensinadas, a fim de que possamos respirar, comer, beber, sentir, andar, falar e agir de uma outra forma, mais coerente, harmoniosa e que vá de encontro a quem realmente somos.


Bibliografia pesquisada

BERENSTEIN, Eliezer. A Inteligência Hormonal da Mulher. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001

TOBEN, Bob; WOLF, Fred Alan. Espaço-Tempo e Além. São Paulo: Cultrix, 1982



Trabalho transdisciplinar de Mary


A vida, ciclos e as transformações.


A Arte de Viver em Plenitude   Dalila Lubiana
 Setembro/2011
Transdisciplinaridade  Maria F. de Mello
Outubro/2011
Filosofando sobre as muitas visões de mundo   Dulce Magalhães
Novembro/2011



A vida, ciclos e as transformações.


Em cada seminário um encontro comigo mesmo, com minha paz em um novo estado de consciência.
Embora no tempo linear aponte que já estamos no 9° seminário, estou concluindo interiormente o 5°Seminário e praticando também 6 °e 7°.
 De certa forma, praticamos todos, pois as mensagens nos chegam a todo instante no dia a dia.
Quando participei do seminário do Dr. Eliezer Berenstein  intitulado “O Feminino e a Cura”, fiquei surpresa com a profundidade da questão apresentada, inclusive pelo fato dele ser da área da saúde e as dificuldades que tem vivido por levantar esta bandeira.
Anteriormente, tive contato com o tema, com amigos e pela internet, mas sentia o tema sendo tratado como algo de Deusas ou de adoração. Uma espécie de feminino contemporâneo.
Embora sentisse que havia uma “situação” que tínhamos que olhar, e se possível reverter em nós, não sabia muito bem como fazer, ou por onde começar.
Com a colaboração do Dr Eliezer, pude ter clareza física do quadro.
Em primeiro momento montei alguns slides e passei essa informação de forma reduzida para meus alunos, adolescentes e adultos, senti um impacto talvez menor do que minha expectativa. Mas, houve um repensar em nossa natureza feminina, e na natureza de nossas relações conosco e com o mundo.
Depois de trocar informações com os alunos, comecei a buscar em mim novas atitudes que me levariam há mudanças internas.
Primeira atitude que tomei foi cuidar da minha aparência externa,  com delicadeza , tempo e amorosidade , assim , passei a me maquiar levemente todos os dias , escolher minhas roupas com muita paciência e sempre tendo um cuidado “vaidoso” ou de privilegiar minha feminilidade.
Passei a usar alguns anéis ou colares, coisa que achava anteriormente sem importância.
Passei a optar por saias, ou roupas mais femininas.
Percebi algumas mudanças, principalmente nos olhares, e decidi ir mais profundamente à busca do equilíbrio do meu feminino.
Foi então, que optei por conhecer a massagem Tantrica que segundo o que li, me ajudaria a desbloquear o chacra sexual e equilibrar as energias, assim como, a possibilidade de liberar a kundaline.
Fui há um lugar chamado “Templo da lua”, de um casal,  que creio ser de origem indiana e recebi a tal massagem, embora todo o tempo me predispusesse a receber o toque e tudo mais, sentia  repulsa pelo massagista , pois minha energia não era compatível a dele , portanto, não passei do limite de apenas abrir meu corpo e permitir o toque.
E embora com esta repulsa ao massagista, houve um efeito posterior à massagem.
Senti-me muito mais feminina, com leveza e sensualidade, uma sensualidade de auto-reconhecimento e que perdurou por alguns dias.
Continuei minha jornada em busca desse elo perdido.
Conversando com uma amiga na internet, e sem me abrir muito, que na sincronicidade receitou-me uns florais chamados “ Filhas de Gaia”, que tomei prazerosamente.
CAJÚ (Anacardium occidentale) - flores brancas e rosa forte                          Integrando o telúrico feminino com a mente e emoções. Ancoramento das forças instintivas do feminino. Ajuda no resgate do útero como um órgão de percepção de si mesma, e centro do poder pessoal da mulher. 

HIBISCO ROSA ( Hibiscus rosa-sinensis) - flor rosa                                                                  Trazendo de volta o sentido do sagrado, a sacralidade da sexualidade feminina. Integração da sexualidade e espiritualidade no coração. Traz a aceitação da sensualidade como parte integrante da experiência do espírito na matéria, e a pureza como força motriz do amor. Re-sincroniza a sexualidade feminina e masculina com a Lei Maior. 


DALIA RUBRA Flor gigante, vermelho forte, quase negro                                                          A Dália Rubra mobiliza a receptividade feminina na vivência das situações de enamoramento, no permitir-se ser cortejada, e na vivência sexual. Favorece a receptividade para o amor sensual, para o galanteio. A habilidade de amar em uma freqüência de receptividade feminina, necessária para favorecer à expressão plena do masculino. Restaura a habilidade feminina de receber, acolher e usufruir da iniciativa masculina na vivência do galanteio, paquera e/ou sexualidade. Ajuda a restaurar o recato, a receptividade e a sensualidade intrínsecos ao feminino, em mulheres excessivamente ativas, que inibem a expressão da masculinidade de seus companheiros. Mobiliza o arquétipo da Dama de Copas.
Os florais também auxiliaram.



Umas semanas depois e já me sentindo completamente diferente um amigo querido manda por e-mail três livros.
  • A CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS
Ser jovem enquanto velha,
 velha enquanto jovem
Autora: Clarissa Pinkola Estes

  • MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS
Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem
Mesma autora do anterior

  • A DANÇA
 De : Oriah Mountain Dreamer


Todos os livros ligados diretamente ao sagrado feminino, ainda não comecei a lê-los.
Um dia ao descer do ônibus, que para um ponto o frente devido algumas reformas na avenida.                                                                                                                       Decidi naquela noite, andar lentamente pelo jardim da praia, coisas que há semanas não fazia, pois encurtava o caminho para chegar logo em casa. Neste dia, andei observando cada coisa, plantas e pessoas, ao mesmo tempo em que me sentia.
Senti as plantas vivas, com uma consciência que nunca houvera percebido, sentia gratidão, imensidão, tudo fazendo parte de tudo integrado.
 Um estado de graça.
Desde este dia, verdadeiramente me sinto diferente , quando não estou em estado de gratidão, relembro este dia, e retorno àquela impressão do todo integrado e tudo volta a se equilibrar, dentro e fora de mim.
Sinto que este elo foi definitivamente encontrado dentro de mim.                                                 Ao fazer um teste com a Dalila Lubiano, no 7°Seminário, meu teste mostrou uma diferença de  dois pontos, entre a energia feminina e masculina em mim o que comprovou que já havia percebido.                                                                                    Agora estou na pratica de meditação proposta do 7° seminário, e o caderno dos sonhos que finalmente comecei.                                                                                                                                                                                                                                 Também estou fazendo aulas de pintura com outra amiga querida, onde estou conhecendo muitas técnicas para posteriormente pintar minhas mandalas ou pintar o que sentir.                                                                                                                             E assim, nesta grande cocha de retalhos, vou me redescobrindo, recriando e reinventando.


Trabalho transdisciplinar Ivone Gonçalves